As demandas e cobranças diárias, especialmente no ambiente corporativo, tendem a afetar a saúde mental, principalmente durante a pandemia, período de maior vulnerabilidade emocional em todo o mundo. Entre as consequências disso, estão o estresse e a síndrome burnout, condições que precisam ser reconhecidas, diferenciadas e tratadas individualmente.
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Síndrome de burnout vs. estresse
Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout — também conhecida como síndrome do esgotamento profissional — “é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade”. A principal causa é o excesso de trabalho.
Em 2019, essa condição foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), e deve entrar em vigor em janeiro 2022.
O burnout pode se desenvolver através de recorrentes experiências profissionais estressantes que não são tratadas adequadamente, incluindo situações como não se sentir valorizada profissionalmente ou não ser promovida. “Você pode amar o que faz, mas pode ficar exausta porque não está administrando o estresse de maneira eficaz”, explica a terapeuta familiar Jeanie Chang à “CNN”.
Se sentir desiludida, desanimada e emocionalmente vazia são sentimentos que diferem o esgotamento profissional do estresse, segundo Chang. Além disso, o distúrbio pode te fazer perder o interesse nas coisas que costuma gostar, prejudicar seu funcionamento diário e causar mudanças em sua personalidade.
O estresse, por sua vez, é uma reação fisiológica natural do corpo a diferentes circunstâncias — não se limita ao trabalho — que demandam grande esforço emocional. Pode ser desencadeado por diversos motivos, como discussões, divórcio, insônia e fome. “É normal que o estresse deixe você se sentindo oprimido. Essa resposta emocional é um diferenciador fundamental”, diz Chang.
Consequências e prevenção
A especialista destaca que embora o estresse seja uma parte cotidiana da experiência humana, o esgotamento profissional não precisa ser.
Procurar por ajuda profissional é essencial logo nos primeiros sinais da síndrome de burnout, visto que essa condição pode desencadear a depressão. Esse distúrbio também está relacionado à fibrilação atrial — um tipo de arritmia cardíaca que afeta mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo e pode ser fatal —, segundo uma pesquisa publicada pelo European Journal of Preventative Cardiology em janeiro do ano passado.
Para prevenir a síndrome burnout, é preciso reconhecer os sinais de estresse, afinal, o agravamento dessa condição pode resultar no distúrbio. Nessa circunstância, a terapia também é essencial, pois com base em suas especificidades, o profissional poderá te indicar o melhor tratamento e/ou método preventivo, que pode ser desde uma pausa temporária no trabalho a mudança de setor.
“Não existe uma solução única para todos. A recuperação é individual. A síndrome burnout pode levar anos para chegar, bem como pode desaparecer rapidamente ou levar anos para passar. É um processo diferente para cada pessoa”, conclui Jeanie Chang à “CNN”.